domingo, 23 de outubro de 2011

Duas pesquisas esquentam a discussão sobre incrementar ou não a oferta proteica ao cardápio. O primeiro, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, aponta o lado positivo dessa estratégia: a proteína, de fato, aumenta a saciedade e evita ataques à geladeira à noite. "A digestão desse nutriente é mais difícil e lenta. Então, ele passa mais tempo no estômago", diz a nutricionista Marina Romanini, da Universidade Federal de São Paulo. 

No entanto, o nutriente não escapa de acusações. Outro trabalho, este da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugere que os fãs de menus hiperproteicos correm maior risco de câncer no intestino. É que os mais fanáticos pelo ingrediente muitas vezes deixam de lado carboidratos e vegetais. "Aí a dieta se torna mais rica em gordura e fornece menos vitaminas e minerais, abrindo espaço para diversas doenças", concorda a nutricionista Rosana Maria Cardoso, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. 

Será que vale a pena, então, enfrentar esse risco com o intuito de emagrecer? Segundo os especialistas ouvidos por SAÚDE, a resposta é não. Para eles, a recomendação de ingestão diária preconizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já contempla a dose saudável e segura. "O ideal é consumir entre 0,8 e 1,2 grama de proteína por quilo de peso corporal todo dia", orienta a nutricionista Paula de Oliveira, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Uma pessoa de 60 quilos, por exemplo, deve comer cerca de 60 gramas por dia — e, pelas páginas desta reportagem, você terá bons exemplos de como suprir essa cota. 

O QUE REALMENTE DIMINUI A VONTADE DE COMER Há anos a proteína carrega a fama de ser um nutriente pró-emagrecimento. E o trabalho americano reforça esse status. "Na absorção das proteínas, ocorre um aumento no gasto de energia corporal, maior do que o provocado por carboidratos e gorduras", afirma Paula. Se o organismo trabalha a mais, também torra calorias. O segredo da dieta hiperproteica, contudo, está ligado à redução dos carboidratos, o que propicia uma queima dos estoques de gordura. "Sem o excesso deles, essas reservas são destruídas", diz a nutricionista Livia Yokomizo, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. "Além disso, a queima libera substâncias que atuam no sistema nervoso, aumentando a saciedade." 

Apesar dessa vocação para promover sensação de barriga cheia, a dieta farta em proteína está saindo de moda. "Saciedade por saciedade, é preferível recorrer às fibras", dispara Marina. Essas substâncias fornecidas por frutas, verduras, legumes e cereais integrais também passam devagarinho pelo estômago e, mais do que isso, estabilizam o funcionamento do intestino, facilitando a tarefa de enxugar as medidas.




FONTE: Revista Saúde

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